07 julho 2014

Desabafo



Hoje resolvi escrever sobre uma profissão muito desvalorizada como tantas outras no nosso país, mas excessivamente cobrada e de extrema responsabilidade. O motorista de ônibus muitas vezes exerce duas funções, a de cobrador e de motorista. Passa de 1 a 3 horas (dependendo da hora do rush) dirigindo. Muitas vezes é xingado por passageiros, ora com razão, ora sem. O nível de estresse é altíssimo. Quantas pessoas podem dizer que presenciaram agressões verbais e até físicas entre motoristas do transporte público e passageiros? Até mesmo  motoristas de outros veículos, irritados por terem seus carros fechados pelo ônibus, param e saem para tirar satisfação. 
A responsabilidade de transportar passageiros é grande. Ficar ligado no trânsito, no passageiro que insiste em descer fora do ponto, receber a passagem e ainda dar troco. A escala é cansativa. Uma profissão que não pode parar, se não a cidade para, já que grande parte da população utiliza o ônibus como principal meio de transporte. 


Dia de greve é um problema. As conduções alternativas ficam lotadas e quem não tem outra opção a não ser usar a frota reduzida, chega atrasado em seu destino e outros nem chegam. 
Pessoas, principalmente jovens e idosos portadores de gratuidade, são deixados mofando no ponto. Em matérias jornalisticas já realizadas, motoristas disseram que a ordem vêm de cima. Não sabemos ao certo onde começa e onde termina a verdade nessa afirmação, qual o papel da empresa e até que ponto ela pressiona o trabalhador com ameaças de demissão. Mas o fato é que nesse jogo de empurra-empurra, vemos casos desnecessários. Ontem mesmo fiquei no ponto plantada por que 2 motoristas não se dignaram a parar. Há quem diga "não era pra você pegar esse ônibus, sabe lá o que poderia acontecer?" ... mas será obra do destino ou um típico "não to nem aí pra você passageiro, espera o outro".
Muitos motoristas dirigem sem se importar com seus passageiros. Esquecem que estão transportando pessoas e dirigem como se levassem uma carga qualquer. Já vimos inúmeros acidentes causados pela imprudência, despreparo e até descaso. 
Não estou aqui para julgar os profissionais que desempenham esta função, que como em todas as áreas há profissionais e "pseudo profissionais". Também não estou generalizando uma classe, pois acredito que somos indivíduos diferentes. 
Meu avô, que se fosse vivo estaria aniversariando hoje, foi motorista de ônibus e minha avó se apaixonou por ele ser atencioso com os seus passageiros. Ela contava que ele esperava o ultimo passageiro passar pela roleta para dar partida, e não andava com as portas abertas. Ele zelava pelo bem estar das pessoas que levava. Meu primo é motorista e está afastado por estresse, segundo ele o mal também está na falta de educação, no desrespeito. Precisamos nos colocarmos no lugar do outro, nos importarmos mais. Esta é uma profissão de grande importância, desempenhada por bons e maus profissionais. 




Esse texto é um desabafo, a ideia é de que o motorista de ônibus, ora vilão ora mocinho, também tem seus problemas como em qualquer história da vida real. Muitas vezes o vilão somos nós, os passageiros. Não dá pra falar sobre esse assunto sem sentir que não falei tudo o que pensava. Mas por hoje vou ficando por aqui, neste blog não tenho a intenção de ser polêmica, apenas quero compartilhar minhas ideias e ouvir a de vocês. Comentem! Quero saber o que estão achando...
















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